O
período da ditadura militar no Brasil, compreendido entre 1964 e 1985, foi
marcado por uma série de crimes contra os direitos humanos, cometidos por
agentes do Estado e seus parceiros na sociedade civil. É fundamental que a
história desse período não seja esquecida. A investigação dos acontecimentos
desse período, bem como de crimes cometidos pelo Estado brasileiro é
fundamental para que consigamos compreender de forma plena nossa história e a
sociedade em que vivemos. Entretanto, além de lutar pelo nosso direito à
Memória e à Verdade, é essencial a luta de todos pelo direito à Justiça.
Os
jovens das décadas de 60 e 70, que lutaram pelo direito de todos à liberdade,
resistindo bravamente aos governos militares foram presos, torturados,
exilados, desapareceram ou foram mortos. Entretanto os torturadores do regime
militar foram anistiados e seguiram suas vidas normalmente. Muitas ruas, avenidas e distintos locais
públicos foram nomeadas em homenagem a esses ditadores. É em memória aos bravos jovens que lutaram
pela liberdade e democracia do Brasil, que lutamos hoje para que a ditadura não
seja esquecida e que a justiça seja feita.
A
aprovação da Comissão Nacional da Verdade foi um marco histórico para o nosso
país. Ela será o mecanismo de revelação dos crimes cometidos pelos agentes
civis e governamentais durante a Ditadura Militar. Entretanto a Comissão da
Verdade não terá poderes para levar os torturadores, sequestradores, estupradores
do Regime Militar para o banco dos réus. Cabe a sociedade, principalmente a
juventude, lutar para que o Direito à Justiça seja garantido. Além de revelar
para todo mundo os locais de tortura e de moradia dos torturadores, que ainda
estão vivos, é dever da juventude se
colocar Fora da Ordem que vem mantendo os valores estabelecidos naquele período
e garantindo a impunidade dos crimes cometidos pelo Estado brasileiro e seus
apoiadores até hoje.
Essa
luta não é apenas de um grupo de indivíduos, mas sim de toda a sociedade
brasileira para que a ditadura militar não seja esquecida e para que nunca mais
aconteça.
Direito à Memória, à Verdade e à
Justiça é o que nos compete.
Daniel Gomes
Estudante de História da UFRGS
Secretário Adjunto da JPT Porto Alegre
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